Se você se viu dando uma busca por uma casa maior, que tenha um espaço adicional, mais privacidade e que funcione como um escritório então você entrou para as estatísticas do Google, que realizou dois estudos sobre uma serie de tendências de comportamento relacionados à casa e consumo de produtos. O jornal 140 publica a seguir alguns dos insights destes estudos que envolveu questionários online para 1.000 pessoas.
Os resultados são previsíveis. Confirmam a percepção do que está praga (Covid-19) causou na vida dos brasileiros. O primeiro reflexo foi a procura por imóveis no Google, que cresceu 23% no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. As palavras-chave (ou “Termos”, conforme o press release da assessoria do Google) como “imobiliária” (+93%) e aluguel de imóveis”(+57%) também registraram aumento nas buscas no período.
Com quase todo mundo dentro de casa, é claro que 42% dos entrevistados responderam que passaram a se sentir mais conectados com as suas casas durante a pandemia. Mesmo assim, 57% disseram que quando a pandemia acabar, a casa seguirá sendo uma prioridade de investimento e que 43% pretendem comprar algum item novo para o imóvel nos próximos 12 meses.
Se não é possível mudar de casa, o negócio então é torna-la mais confortável, certo? A procura por “sofás confortáveis” cresceu 96% e as mesas ou escrivaninhas multifuncionais chegaram a dar um salto de 240%, considerando o período entre abril de 2020 e marco de 2021 e o mesmo período do ano anterior. Alguém digita o termo “sofás confortáveis”? A redação do Jornal 140 fez a checagem: identificou 6.620.000 resultados com este termo; a primeira página do buscador trouxe apenas links patrocinados (anúncios) das lojas online.
A otimização do espaço, com buscas por moveis e ambientes pequenos, refletiu-se nas buscas, com o crescimento de 60% de móveis, 70% em itens de casa dobráveis e 100% em moveis modulares superando de crescimento nesse mesmo período.
“A necessidade que os brasileiros sentem em adaptar o lar à rotina pandêmica vem dando lugar à intenção de compra impulsionada pela retomada dos planos que voltam a sair do papel”, diz Fábio Garcia, head de negócios para o segmento de Varejo do Google Brasil. “Um exemplo, é que, na nossa pesquisa, identificamos que as compras mais circunstanciais motivadas por uma adaptação da rotina na pandemia caem de 29% para 14%, já as compras relacionadas a uma mudança de imóveis sobem de 15% para 20%”.
A sala virou escritório
Segundo o comunicado do Google, a sala foi um dos ambientes que mais absorveu as atividades que antes eram feitas em outros locais, se tornando o principal espaço de trabalho, lazer e convívio. E ainda que algumas dessas atividades estejam de volta às ruas, a sala continua um cômodo central. Para 41% dos brasileiros entrevistados na pesquisa, a sala será o principal cômodo a ganhar um item novo nas compras futuras de artigos para a casa.
Até a cozinha!
A cozinha também foi impactada e as pessoas estão mais interessadas em itens que facilitem a organização e a execução de receitas. Veja abaixo alguns itens que apresentaram aumento expressivo durante a quarentena e seguiram crescendo no 1.o. semestre de 2021 em relação ao mesmo período no ano passado:
- Airfryer (+32%)
- Sanduicheiras (+22%)
- Torradeira (+24%)
- Micro-ondas (+12%)
- Potes organizadores (+11%)
- Cafeteira (+12%)
Para o quarto, as buscas giram em torno de itens de conforto com alguma funcionalidade, como cama-baú seguem crescendo com alta de 17% e caixas organizadoras e cabides (+12%) considerando o primeiro semestre de 2021 e o mesmo período do ano anterior.
Mercado imobiliário
Outra pesquisa on-line sobre imóveis, realizada pelo Google com 1 mil brasileiros em setembro, mostra que preço (41%) e localização (35%) ainda são as características mais importantes para o consumidor ao buscar um novo lar. A busca tem mostrado também que, com a progressão da vacinação, os consumidores estão buscando atributos como salão de festas (91%). Nos meses mais agudos da pandemia, a varanda era o atributo mais cobiçado.
De acordo com a pesquisa on-line, 66% dos brasileiros afirmam que fazem buscas por imóveis na internet para ver como está o mercado imobiliário e 22% dizem que se desanimam com a possível burocracia na hora de fechar um contrato.
“Ao buscar sobre imóveis, o consumidor costuma pensar muito, já que é um item de alto valor e a decisão é, em geral, feita em conjunto com familiares e amigos”, afirma André Gibin, head de insights para o segmento de Aplicativos e Serviços do Google Brasil. “A pesquisa mostra que cerca de 20% dos consumidores visitam mais de cinco imóveis antes de fechar um negócio”.
Se não dá para comprar vamos de aluguel mesmo
Para quem busca por aluguel, 31% dos entrevistados disseram querer se mudar porque a casa não atende mais suas necessidades. Já entre aqueles que têm intenção de compra, 40% dizem querer realizar o sonho da casa própria e outros 21% querem mudar porque o imóvel atual não atende as necessidades.
Quando perguntados sobre os fatores mais importantes ao buscar por imóveis em sites e aplicativos, o preço (40%), a qualidade e quantidade das fotos (33%) e a disponibilidade de detalhes sobre os imóveis (28%) são os principais atributos considerados pelo consumidor.